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Não vou te deixar voltar sozinho
sexta-feira, 30 de março de 2012 @ by Victor @ - 01:26

  Por esses dias, me mostraram um curta que é simplesmente a coisa mais linda, fofa e perfeita que eu já vi. Se você tiver 17 minutos do seu tempo livre, recomendo que assista também. Intitulado "Eu não quero voltar sozinho", o curta conta a história de Léo, um garoto cego que acaba se apaixonando pelo aluno novo em sua sala.


  Caso você não tenha assistido o curta, nem perca tempo lendo o resto do post de hoje, pois é uma fanfic continuando a história do ponto em que o curta nos deixa. Não sei em quantos capítulos vai ser dividida, mas hoje estou postando o primeiro.
Não vou te deixar voltar sozinho


  Foi estranho. E quando digo estranho, estou querendo dizer bom. Eu nunca tinha beijado um garoto antes. E quando meus lábios encostaram nos do Léo, senti algo que nunca senti antes com garota nenhuma. Não consigo descrever como foi. Só sei que quando sai do quarto, percebi que estava totalmente arrepiado.
  Eu acho que precisei ouvir ele dizer que gosta de mim para perceber que sinto o mesmo por ele. Na verdade, faz poucas horas que isso aconteceu. Mas de algum jeito, não estou confuso nem preocupado. Estar perto do Léo de alguma forma me preenche, sou tomado por uma necessidade de cuidar daquele garoto. 
  Está tarde já, eu deveria estar dormindo, mas meus pensamentos não deixam. Ou seriam minhas emoções? Não sei ao certo.
  
  O dia de hoje começou estranho. Tive um sonho bem esquisito. Eu não via nada. Toda a vez que tentava dar um passo, esbarrava em alguma coisa. Ouvia milhares de vozes, mas não sabia dizer ao certo de onde elas vinham. E elas foram sumindo, sumindo... Até que só restou uma. Não precisava de nenhuma outra, somente aquela voz me bastava. Mas logo, até ela sumiu. Nem tive tempo de sentir qualquer coisa no silêncio que se seguiu, pois alguém me puxou para um abraço forte e me beijou. E então eu acordei.
  Fiquei com esse sonho na cabeça durante muito tempo, até chegar no colégio. Até ver o Léo e a Giovanna, e ficar totalmente sem saber o que fazer. Foi quando ela me viu e acenou. Acenei de volta, e sem ter muita noção do que eu iria fazer, fui até eles. 
  - Oi - foi só o que eu pude falar, meio sem jeito.
  - Bom dia! - Giovanna disse, mas algo no tom de sua voz me incomodou. Ela não me abraçou como costumava fazer.
  - Oi Gabriel - ele falou, e eu senti os pelos da nuca ficarem eriçados. Olhei para o Léo e contive um impulso de chegar perto demais dele.
  - Então... Vocês vão fazer o que final de semana? - falei, desviando o meu olhar. Giovanna não me olhou nos olhos quando me virei para ela.
  - Eu vou ficar em casa - foi Léo quem falou - Queria chamar vocês pra lá, mas não sei o que a gente ia fazer...
  - Na hora a gente vê - falei, depressa demais - Mas concordo, é uma boa!
  Vi um sorriso lindo pintar o rosto do Léo, e acabei sorrindo também.
  - Seu sorriso é lindo - pensei em voz alta. Léo ficou vermelho em questão de segundos.
  - Eu tenho que ir - Giovanna falou, saindo rapidamente. Podia jurar que seu rosto também estava vermelho, mas algo me diz que não era de vergonha.
  Um silêncio constrangedor se instalou. Eu não sabia o que fazer, então fiquei apenas ali, olhando para o Léo, que aparentemente tinha ignorado a falta da amiga.
  - Eu tenho certeza que o seu também é - ele falou justamente a última coisa que eu poderia imaginar. E logo depois, o sinal tocou.
  Naquela tarde, voltei para casa sozinho com Léo. Giovanna saiu assim que a aula acabou sem falar com ninguém. Eu acompanhei Léo até sua casa, e durante todo o caminho ele segurou me braço mais forte do que o necessário. Quando chegamos, senti um friozinho na barriga.
  - Entregue - eu disse, destrancando a porta. Ele estendeu a mão para pegar a chave, mas relutei em entregá-las.
  - Quer entrar? - ele me perguntou, baixinho, incerto. A tentação de dizer sim era grande, mas não o fiz.
  - Meus tios vão almoçar lá em casa, não vai dar - falei, mordendo os lábios - Fica pra próxima.
  - Ah, tá certo - ele falou, enfiando uma mão no bolso, enquanto a outra permanecia estendida. Entreguei as chaves para ele, e no instante que nossas mãos se tocaram, não me segurei mais. O puxei, o que o assustou, mas o segurei forte pelo ombros e encostei rapidamente meus lábios nos dele.
  - Eu também estou apaixonado por você - eu falei, embora eu não quisesse dizer aquilo. Não naquela hora, não naquele lugar. Mas simplesmente saiu. Léo ficou todo vermelho de novo, e vi que ele não tinha ideia do que fazer. Eu não estava muito atrás. Acabei fazendo a única coisa que eu estava querendo fazer: o puxei para um abraço. Ele não resistiu; pelo contrário, me apertou ainda mais forte.
  - Leonardo, você tá ai fora? - ouvimos alguém gritar de dentro da casa e nos separamos com um pulo.
  - Minha mãe - ele disse para mim, entre desapontamento e uma risada - Já to entrando! - ele gritou de volta, e então se virando para mim - Amanhã, duas horas.
  - Não era as três? - eu falei, quando ele fechou o portão. Sem se virar, ele disse:
  - A Giovanna vai chegar as três.

  Uma e meia. Já estou todo vestido, embora não leve nem cinco minutos a pé daqui até a casa do Léo. Mas eu tenho um pequeno problema de ansiedade. Cheguei em casa e devorei o almoço como se nunca tivesse comido na vida, corri para meu quarto e me joguei debaixo do chuveiro. Trinta minutos, do momento em que botei o pé em casa até agora. E tenho que esperar outros trinta para poder sair, porque o Léo não deve estar nem pronto ainda.
  Minha perna está tremendo, enquanto eu me sento na cama, encaro o relógio por alguns segundos e me levanto, andando em círculos umas cinco vezes e repito tudo de novo. Preciso me acalmar. Já devo ter dado cinquenta voltas no quarto. Respirei fundo, fechando os olhos, deitando na cama. Foi ai que comecei a me perguntar se não estava vestido formalmente demais. Pulei da cama e fui até o espelho. Uma camisa social dobrada até os cotovelos e uma calça jeans, com sapatos recém comprados para completar.
  "Melhor escolher algo mais casual" pensei alto. Fui trocar de roupa, na esperança de me distrair e o tempo passar mais rápido, em vão. Quando okhei de novo para o relógio, faltava pouco menos de vinte minutos. E decidi sair assim mesmo.
  Com uma bermuda, os sapatos surrados que uso no colégio e uma camisa gola V, atravessei as ruas quase correndo. Toquei a campainha uma, duas, três, quatro vezes sem nem perceber. Vi Léo abrir a porta rindo de alguma piada que eu perdi.
  - Sou cego, não surdo - ele riu.
  - Desculpa. Acho que emperrou a campainha - falei, constrangido. Léo abriu os braços para me abraçar, ao invés de me estender a mão, como normalmente nos cumprimentávamos. Eu o abracei tão forte que quase o derrubei no chão, mas não deixei que ele caísse. Léo ficou surpreso por um segundo, e então me abraçou com a mesma força. Ele me deu um beijo no rosto e se afastou, me puxando pelo braço. Ainda me surpreendo com a facilidade com que ele anda em sua casa sem esbarrar em nada.
  Ele me levou até se quarto e disse para eu me sentar, o que fiz no momento em que ele fechou a porta. Ele andou um pouco na minha direção, depois se virou, como se fosse pegar algo em cima da mesa, e se virou para a porta de novo. Agarrou o braço esquerdo, apertando-o. A essa altura, eu estava tão ansioso que não conseguia ficar sentado e me levantei.
  - Você... Tá procurando alguma coisa? - foi só o que consegui pensar.
  - Não, eu... Só estou...
  - Nervoso? - eu falei em seu ouvido, pousando minhas mãos em seus ombros por trás. Os pelos da nuca dele se arrepiaram e o ouvi inspirar profundamente. Léo apertou o braço com mais força, molhou os lábios com a lingua e demorou um instante antes de falar:
  - S-Sim...
  - Não tem problema - eu falei, indo para a frente dele e puxando sua mão, colocando-a sobre a minha - Eu também estou. Estou até tremendo - ri sem graça.
  - Você está suando - ele disse - Veio correndo pra cá?
  - Mais ou menos - admiti, notando que estava completamente encharcado. 
  - Bobo. Você chegou antes da hora, não precisava ter pressa.
  - Eu sei. Mas eu não aguentei esperar.
  Ele ficou em silêncio por um minuto, pensativo, e então disse:
  - Ansioso para quê?
  Mordi o lábio.
  - Para o que você me chamou aqui?
  Léo deu um passou a frente, sua mão subiu pelo meu braço até a minha nuca, agarrando de leve meu cabelo. Eu o abracei pela cintura e o puxei para mais perto de mim. Nossos lábios se tocaram novamente, de modo rápido. Nossos rostos se afastaram um pouco e ele sorriu. O beijei outra vez, dessa vez abrindo a boca dele com a minha. 
  - Léo, a porta tava aberta, você deve ter esquecido de fechar, precisa tomar mais cuidado... - nos afastamos no momento em que Giovanna entrou sem aviso no quarto e parou, se calando. Eu agarrei a mão de Léo e a segurei forte. 
  - Giovanna? - ele pergunto, envergonhado - Eu pensei que você só ia chegar mais tarde...
  - Eu vim mais cedo - ela disse, não que realmente se importasse em explicar. Seus olhos estavam marejados e fixos em mim; eu podia dizer que ela me olhava com raiva.
  - Olha, eu não sabia... - Léo tentou continuar, mas Giovanna o interrompeu.
  - Não, eu não quis atrapalhar. Eu vou indo, ok?
  - Ei, espera! - ele disse, mas ela fechou a porta do quarto sem ouvir.

  Por aqui fica esse post. No início eu não gostei muito do rumo que a história da minha fanfic estava tomando, mas agora acho que está legal. Ou ao menos ficará, nos próximos capítulos. Espero que tenham gostado! Comentários sempre bem vindos!

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